Por onde começar? Somos tão complexos!
Decidi pelas minhas marcas. Aqueles pequenos detalhes que fazem com que se lembrem de nós. E os gatos são um deles. Eu amo gatos. Quem me conhece o sabe bem.
Tê-los é compreender toda a delícia do
espreguiçar-se até o último feixe de músculos. É ter inveja daquele
dormitar sem
pressa - o cochilo saboroso dos que não correm pra lugar algum.
(...)
Tê-los é compreender a essência da polidez. É se transformar num atento
observador só para usufruir da
graça de ver os bichanos comendo: aquela
incomparável fleuma de saborear o alimento com vagar ensina que
comer é uma arte e que, como tal, deve ser cultuada.
a elegância toda do mundo? Como
ficar sem ouvir os ronrons de felicidade? Sim,
é melhor tê-los. Sobem pôr tudo. Vasculham todas as gavetas.
Afiam as unhas no
pobre sofá da sala. Enchem de pêlos as visitas. Derrubam a casa. Ah,
Deus do céu, mas quando um gato nos olha... Um só instante e aquela deferência de prestar atenção em nós
(...)
Ora, gatos! Gatos? Sim, melhor tê-los, sabê-los e, inevitavelmente,
amá-los..."
Termino de ler esse poema com lágrimas nos olhos e um aperto na garganta. As minhas meninas estão com a minha mãe. Consigo passar o dia sem me lembrar delas mas se vejo um gato, qualquer que seja, ou os ouço ou por qualquer outro motivo me lembro delas. Ai, que saudade! Quando visito minha mãe é uma festa. Elas acordam de seus sonos, se espreguiçam demoradamente e vêm me ver. Se roçam nas minhas pernas depois querem que eu corra atrás delas. Sobem nas camas, abrem bem os seus olhos (que se tornam negros) e tentam predar minha mão. Que saudade do enroscar na minhas pernas enquanto durmo. Sei que elas sentem também. Mais um pouco e 3 delas vêm morar comigo. Espero que seja breve!
Termino com um prolongado suspiro.
2 comentários:
CRIS!!! Se voce nao postar nada de novo nao tem a menor graca...
Eu declaro esse blog como morto... Descanse em paz! :P
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